29 de jul. de 2011

Snowshoe - Gatos de raça


Origem

No início dos anos ’60, Dorothy Hinds-Daugherty, uma criadora de Siameses da Filadélfia, Estados Unidos, encontrou três filhotes com patas brancas em ninhadas nascidas em seu gatil. Apesar de a marcação branca ser uma característica indesejável na raça Siamesa, Dorothy gostou da combinação inusitada da pelagem de cor ponteada com patas brancas e decidiu estabelecer e desenvolver uma nova raça com essa aparência, que recebeu o nome de Snowshoe, que é o mesmo nome dado aos calçados em forma de raquetes de tênis, usados para andar na neve.


Dorothy cruzou os Siameses de patas brancas nascidos em seu gatil com gatos American Shorthair de pelagem bicolor conhecida como Tuxedo (chamados de “frajola”, aqui no Brasil), para obter a marcação em formato de V invertido na face do Snowshoe.

Por fim, Dorothy passou as rédeas da criação para Vikki Olander, que foi a responsável pela elaboração do padrão oficial da raça, bem como por fazer com que a raça Snowshoe fosse reconhecida por diversas entidades felinas.

A CFA (Cat Fanciers’ Association) não reconheceu a raça ainda, mas a TICA (The International Cat Association) a reconheceu em 1994, bem como outras entidades dos EUA e Europa.


Aparência

Assim como os Siameses, os Snowshoes nascem totalmente brancos e as marcações começam a aparecer conforme o gato cresce. Filhotes tem pelagem de coloração mais clara que exemplares mais velhos.

As patas devem ser sempre brancas, haja vista que essa é a característica principal da raça. As marcações podem ser nas cores seal point (marrom-escuro, como do Siamês seal point), chocolate point, blue point, lilac point, enfim, todas as cores aceitas em Siameses, no entanto as marcações mais escuras são as que produzem melhor contraste entre as extremidades e a pelagem do corpo do gato. Assim como nos Siameses, as marcações do Snowshoe podem ser sólidas ou tortie.

Na face, há a marcação em formato de V invertido sobre a pelagem branca e os olhos são sempre azuis, variando desde um azul mais pálido, até um azul profundo.


Saúde e Predisposição a Doenças

Snowshoes são gatos geralmente saudáveis, mas com predisposição a problemas nos dentes e gengivas. Vacinação em datas corretas, além de vermifugação semestral e alimentação de boa qualidade ajudam a manter sua saúde em ordem.


Cuidados

Por ser um gato de pelagem curta, banhos regulares e uma escovação semanal é suficiente para manter seu pelo em ordem.

Como a raça é propensa a problemas de dentes e/ou gengivas, é importante escovar seus dentes com regularidade ou usar uma dedeira para fazer a limpeza.


Temperamento e Comportamento

O Snowshoe é um gato ativo, que pode brincar por horas. É também bastante dócil, afetuoso, adora agrado e costuma se dar bem com crianças e outros animais. É bastante apegado ao seu humano de estimação.

Apesar de todas essas qualidades, é um gato que não aprecia ser deixado sozinho por muito tempo, podendo se estressar muito com isso.

O Snowshoe mia muito, mas seu miado é mais suave que o do Siamês, é bastante inteligente, podendo aprender truques facilmente, como ir apanhar objetos atirados ou abrir vários tipos de portas.

No Brasil, não existem criadores de Snowshoes, mas apesar de os criadores americanos e europeus dizerem que se trata de uma raça considerada “rara”, é possível encontrar exemplares “genéricos”, idênticos aos originais, por aqui.



Eu pensei em falar sobre essa raça, após ter visto o vídeo da gatinha Madeleine, do nosso amigo João Victor.
Muitas pessoas se referem a esses gatinhos como “sialatas”, mas na verdade eles se parecem mais com Snowshoes “genéricos”.

No Brasil, não existem criadores de Snowshoes, mas apesar de os criadores americanos e europeus dizerem que se trata de uma raça considerada bastante rara, existem muitos exemplares “genéricos” idênticos aos originais, por aqui.

Nos EUA, um exemplar custa a partir de $ 500,00 (quinhentos dólares ou quase oitocentos reais), mas se você gostou do Snowshoe e deseja ter um, na Adote um Gatinho sempre tem Snowshoes genéricos muito lindinhos para adoção:

http://adoteumgatinho.uol.com.br/

Dias atrás, visitando o site acima, vi pelo menos 4 exemplares genéricos disponíveis para adoção. Um mais lindo e fofo que o outro!

Por sinal, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para dar os parabéns à Adote um Gatinho, pela doação do 4000º bichano e dizer que torço muito para que esse número aumente cada vez mais, porque acho fantástico o trabalho feito por lá.



Lembrando que a Adote um Gatinho só doa gatos para pessoas daqui de São Paulo, mas há muitas outras ONGs, além de protetores independentes, de São Paulo e de outras localidades, que também fazem um trabalho excelente. Sem dúvida, são pessoas que fazem a diferença.


Um abraço!

Heloisa
twitter: @all_breeds





Um Leão Chamado Christian (Anthony Bourke e John Rendall)

Sinopse: Um vídeo de dois minutos exibido no YouTube e assitido, em apenas um mês, por mais de 4 milhões de pessoas, transformou Um leão chamado Christian num dos maiores fenômenos da internet de todos os tempos. Neste livro com mais de 50 fotos, você vai conhecer toda a história do leão mais fofo mundo.


Acho que o mundo todo já assistiu a este vídeo do youtube, né? Com certeza, você, leitor do blog e que, portanto, ama animais, já viu este vídeo:


Mas e a história por trás deste vídeo, você conhece?

É que conta o livro "Um Leão Chamado Christian" e o Gato do Livro de hoje é sobre este livro. (Sim, hoje é dia de Gato do Livro e não de Foco Felino Selvagem - oi Bea! - rs).

Era 1969 e na Inglaterra, mas precisamente em Londres, em uma loja de departamento chamada Harrods, havia animais selvagens à venda. Anthony e John haviam acabado de chega da Austrália e passeavam pela loja quando se deparam com um casal de filhotes de leão. Instantaneamente se apaixonaram pelo macho e, de uma forma impulsiva, acabaram comprando por 500 libras. O batizaram de Christian.

Anthony e John trabalhavam em uma loja de móveis, a Sophistocat, e moravam em um apartamento em cima da loja. Logo, achando que o nome da loja (algo como "Sofistogato") tinha tudo a ver, pediram aos donos da loja para criar Christian ali.

Christian tinha apenas 5 meses e era um filhote fofo! Carinhoso e brincalhão, sempre demonstrando muito amor e obediência a seus donos, que faziam de tudo para lhe proporcionar uma via muito boa, dando-lhe brinquedos, boa comida e até passeios por um imenso jardim de uma Igreja Moraviana.

Christian ficou famoso, todos sabiam que havia um leão na Sophistocat. Foi requisitado para aparecer na tv, tirar fotos e até na rádio ele foi. Vários artistas famosos da época foram lhe visitar e Christian fez muitos amigos.

Assim foi sua vida por oito meses, até que ele foi ficando grande demais para o espaço que tinha. Anthony e John começaram a se preocupar com o futuro do leão, principalmente porque viam que ele estava ficando mal humorado e entediado.

Assim perceberam que não podiam mais criar Christian em sua casa. Outro destino havia de lhe ser dado. Pesquisaram diversos zoológicos, mas nenhum deles os agradou. Eles queriam ver Christian feliz e bem cuidado.

Até que por uma coincidência do destino, Bill Travers e Virginia McKenna, famos atores pelo filme a História de Elza, sobre uma leoa resgatada, entraram na Sophistocat para comprar uma mesa. Eles conversaram e intermediaram John e Anthony a George Adamson, um respeitado profiossional que reintegrava leões a seu habitat natural.

E assim, após muito esforço, lá foi Christian, Anthony e John para Nairóbi para a readaptação do leão.

O livro traz uma história tão fofa, a princípio mostrando a convivência dos autores com o filhote de leão (que nos lembra em muito os filhotes de gato, só que tudo em maiores proporções, rs) e mais à frente a dimensão de seu amor por este animal, amor tão grande que foram capazes de abrir mão de Christian para que ele pudesse ser feliz. Existe amor mais forte do que esse?

E a retribuição deste amor, que podemos ver claramente no video do Youtube, quando quase um ano após deixar Christian na África, John e Anthony retornam para visitá-lo e são reconhecidos por Christian.

No ano seguinte, eles foram à África mais uma vez, e Christian foi tão carinhoso com eles como da primeira vez.

Assim, o livro nos faz pensar na capacidade de amar dos animais, que mesmo os selvagens tem, apesar de seus instintos. E mais ainda, no maravilhoso exemplo de amor e de desprendimento que Anthony e John nos dão, ao amar Christian incondicionalmente e de forma não egoísta.

Lindo! E uma maravilhosa lição de vida! Leitura imperdível, e para aqueles mais sensiveis, como eu (rs) impossível não terminar o livro com lágrimas nos olhos!

Leiam! Leiam! Leiam!


Laura
www.gatosnabiblioteca.blogspot.com
twitter: @GatosBiblioteca




Makari, um dos tigres que foi descoberto ser hibrido com
testes de DNA modernos (WHF)

Dessa vez a coluna vai ser um pouco diferente, já que não vou falar de um gato em particular, mas de dois santuários de felinos selvagens que tive a oportunidade de visitar recentemente: Wildlife Heritage Foundation (WHF) e Cat Survival Trust (CST). O que eu achei mais interessante, além de passar horas com os gatos, lógico, foi como esses dois lugares, apesar de ter o mesmo objetivo, conservação de felinos selvagens, operam de um modo bem diferente.

Para começar, um pouco de informação de cada um:

WHF é uma fundação relativamente recente, em Kent, na Inglaterra. São membros do EEP (European Endangered Species Programmes) e fazem parte de uma fundação maior, sem fins lucrativos, que abrange um zoológico e grupos ecológicos. O lema da WHF é Conservation, Procreation, Liberation — Small steps for Big Cats (Conservação, Procriação, Libertação - pequenos passos para grandes gatos). Além dos felinos eles promovem conservação da flora inglesa e consequentemente, pássaros e insetos nativos. O centro em Kent não é aberto ao publico em geral, mas eles promovem "dias fotográficos", "tratador por um dia" (ambos caríssimos, mas valem a pena!) e outros programas anuais, como o churrasco que eu participei. No momento eles possuem cerca de 40 felinos de todos os tipos e cerca de 15 funcionários entre administração e tratadores.
Mandalay e Ben, dois leopardos-nebulosos
resgatados de zoos que fecharam (WHF)

CST foi fundado em 1976 pelo Dr. Terry Moore, que ainda é o diretor, em Hertfordshire. Foram a primeira fundação completamente dedicada a conservação e resgate de felinos selvagens no Reino Unido e são responsáveis pelo cuidado de cerca de 30 felinos, dois lêmures, três pôneis e uns 40 gatos domésticos que foram abandonados na porta (o povo lia Cat Survival Trust na placa e assumia que era resgate de gatos domésticos!). O CST é localizado numa fazenda de mais ou menos 5 hectares. Também não é aberto ao publico, mas com uma contribuição anual mínima (equivalente a uns R$3 por mês!!!!!) pode-se tornar sócio e com direito a quantas visitas quiser. Os custos são cobertos totalmente por doações e lucros da pet shop que fica na entrada. Alem dos 4 funcionários permanentes, o resto do trabalho é feito totalmente por voluntários.

Narnia, maravilhosa tigresa hibrida,
resgatada de um circo (WHF)
Ambos são licenciados e autorizados a procriar felinos em vias de extinção no habitat natural, como leopardo-de-amur, tigre siberiano, leopardo-das-neves, gato-de-Pallas etc. Alem dos animais para reprodução (que são "trocados" temporariamente com outros parceiros do EEP) eles também recebem resgates de circos, zoos que fecharam ou perderam a licença, importações ilegais e ate ex-animais de estimação, por incrível que pareça!

Sobre as visitas, não preciso dizer que estava extremamente ansiosa por semanas! No WHF, como foi um dia bem programado, com churrasco, rifa e cerca de 50 outros participantes, não foi possível saber de muitos detalhes de todos os gatos pois os funcionários estavam ocupadíssimos, mas foi ótimo para passear e tirar fotos até doer o dedo! O lugar é hiper moderno, arrumadinho, jardins impecáveis, lojinha, bar, funcionários altamente treinados tanto em cuidados com os animais como em relações públicas, tudo praticamente impecável, já que recebem fundos consideráveis do zoológico Paradise Wildlife, que faz parte da fundação.

Misha, caracal que não foi aceito pelos
zoos porque tem a pontinha das orelhas
deformadas... (CST)
Foi ótimo para rever alguns dos meus gatões favoritos que estavam emprestados a zoos que eu frequento e conhecer outros que eu babava nas fotos de amigos, para mim foi como estar presente na cerimonia do Oscar e ver os artistas famosos de pertinho! Também foi muito interessante aprender sobre os tigres híbridos e tigres puro: tigres híbridos não podem ser usados para reprodução, e em certos casos o único jeito de saber se um tigre é hibrido ou não é teste de DNA, que até muito recentemente não era preciso; muitos tigres que acusaram raça pura, quando re-testados com nova tecnologia foram confirmados como híbridos... e acabaram em santuários já que alguns zoos não tinham espaço para manter dois ou mais tigres separados. Além dos tigres, eles possuem leões, servais, pumas, gatos-de-Pallas, linces e um dos poucos leopardos negros no país, o lindo Khan, que ilustrou o Foco Felino Selvagem sobre leopardos.

No CST o esquema é completamente diferente. Para começar é uma fazenda normal, com plantações, silos, tratores e construções intermináveis! Os habitats dos animais ficam espalhados e não tem nada de caçadas, jardins, rampas... é tudo bem rústico, se faz sol tem poeira, se chove é um festival de lama, mas felizmente eu fui preparada, de galochas! Chegamos a passar reto pela entrada, porque parece aqueles postos de gasolina no meio do nada, tipo "último posto por 1000km" de filme americano... mas as aparências enganam! Como mencionei, o trabalho todo, de construção a manutenção, cuidados com os animais, limpeza, loja e administração é feita pelos 4 funcionários e voluntários que vem e vão. E tem sempre MUITO trabalho! No momento eles estão construindo uma nova unidade de reprodução e aumentando o habitats dos felinos maiores. O material é doado e reciclado ao máximo - por exemplo, usam plásticos não-recicláveis derretidos para as plataformas dos felinos: durável, fácil de limpar e relativamente barato! Como não é aberto ao público, precisei marcar dia e hora com antecedência para a visita. E sinceramente achei que chegaria lá, alguém ia apontar de longe: "o puma ali, o leopardo lá, o Pallas acolá, obrigado, bom dia, volte sempre".

Um dos varios leopardos-das-neves (CST)
Felizmente eu estava muito enganada! Um dos funcionários que trabalha lá por mais de 30 anos, o simpaticíssimo Jim, passou duas horas mostrando e contando em detalhes sobre os felinos e os projetos para o futuro. Aprendi mais nessas duas horas do que em mais de 10 anos lendo tudo quanto é livro e artigo e assistindo centenas de documentários! Os animais sob os cuidados deles são tratados sempre que possível com homeopatia e remédios naturais (inclusive um dos pôneis e o leopardo-nebuloso, que foram desenganados por veterinários e estavam a ponto de serem sacrificados) e algo que eu acho que se não é único, é muito raro - um sistema de túneis por baixo dos habitats, assim se algum animal precisa ser mudado de um lugar para outro, não precisa ser anestesiado ou transportado em caixas, evitando stress! Não vi todos os gatos porque alguns não estavam a fim de posar e apesar do Jim tentar chamá-los, vocês sabem bem como são gatos, só ouvem quando querem... mas os que estavam de bom humor e vieram até as grade como o caracal e uma fêmea leopardo-das-neves, fui OBRIGADA a passar a mão, né? Eu também achei que seriam mais ariscos pois não estão acostumados com estranhos, mas fora os leopardos-de-Amur (que são mau humorados por natureza...) são todos muito tranquilos e relaxados.
 
Esse serval era um animal de estimação,
infelizmente teve as garras amputadas,
o que causou muitos problemas incluindo
crescimento anormal e artrite nas patas
O CST possui o maior número de leopardos-das-neves em cativeiro na Europa e o segundo no mundo, mas sempre tem o lado triste, pois a reprodução desses leopardos é complicada: a umidade relativa do ar onde os filhotes nascidos em cativeiro vão estar tem de ser muito bem controlada, especialmente em lugares quase ao nível do mar como é na Inglaterra, uma ilha! Apesar de todos os cuidados, eles recentemente perderam três filhotes recém nascidos porque faltou luz (para o ar condicionado e desumificador) por somente 3 horas, mas foi suficiente para os bebes desenvolverem pneumonia e não resistiram.

Essa organização também tem uma reserva na Argentina, na província de Misiones, onde além de protegerem a fauna e flora natural, fazem um trabalho de educação com a população que mora na área, ensinando sobre os grandes felinos, como conviver pacificamente e até ter lucros com a industria de turismo ecológico.

Como eu tirei muitas fotos, coloquei as melhores, e um pouco mais informações, nesses albums:
CST
WHF

Obviamente os dois santuários tem presença na internet, para quem quiser ler mais ou quem sabe até programar uma visita, vale muito a pena!
WHF www.whf.org.uk
Facebook www.facebook.com/pages/Wildlife-Heritage-Foundation-UK/177615625595537

CST www.catsurvivaltrust.org
Facebook www.facebook.com/thecatsurvivaltrust

Bea
twitter: @Foco_felino




Um outro dilema para a decoração da sua casa, são os comedouros e bebedouros dos nossos gatos. Pra quem mora em apartamentos e têm que deixar “esses potinhos” a vista, fazendo parte da cozinha, sala ou varanda, é muito importante pensar no desenho desse objeto dentro da casa.
Segue algumas opções para não errar na hora de combinar os potinhos com a decoração:

- Se sua casa tem um ar mais divertido e descolado, procure por algo mais colorido e cheio de humor.



- Agora, se seu gato gosta de água corrente, existem algumas opções de bebedouros que funcionam igual a uma fonte: a água fica circulando. Além de divertido isso previne o surgimento bactérias, deixando seu gatinho, além de feliz, mais saudável. Mas cuidado nessa hora. A maioria desses bebedouros são grandes e a não ser que você tenha um bom espaço para eles, isso pode acabar se tornando o centro das atenções no ambiente.


- E se os potinhos ficam na sua cozinha super moderna, por que não um desses de inox?



No quesito potes, o leque de opções é muito maior. Mas se porventura não achar nada com a cara do seu gato (e da sua casa), não hesite em dar um pulinho na seção de cachorros, afinal a maioria dos bebedouros e comedouros são neutros.

Se no final de tudo ficou indeciso ou ainda não encontrou nada que agradasse, fique de olho em tijelas de cerâmica ou porcelana que podem sair do seu armário da cozinha diretamente para seu bichinho.


Fernanda Frias
twitter: @a_fepa




Era Sexta-feira da Paixão e eu estava iniciando a minha vida de mestre cuca. Nada melhor do que preparar um delicioso bacalhau e levar na casa da sogra, até para fazer a média com a família. “Meu filho está tão magrinho... será que ele anda comendo bem?” Aposto que todas as noras já ouviram isso.

Eu preparei um bacalhau ao molho branco com pimentão vermelho, verde, amarelo e batatas. Assim que coloquei no forno, ansiosa e faminta, eu recebi uma ligação no celular de emergência. Claro que não poderia ser diferente, todos os seres dessa profissão já têm um lugarzinho reservado no céu. E não é porque somos bonzinhos e apaixonados pelos animais, mas por situações como essa. Pedi perdão a Deus pelas palavras proferidas antes de atender a ligação e ouvi:

- Alô, doutora Alice, eu preciso muito da senhora, alguém espancou a minha gata, ela está sofrendo muito.

Sim, eu vou para o céu. Seguimos para a clínica.

Ao chegar no atendimento a dona Amélia entrava com a Princesa. A gata estava enrolanda em um pano e muito tranquila.

Dona Amélia disse que a Princesa já estava mais calma, tinha recebido uma massagem em casa e até comeu, e começou a narrar a história:

- Doutora Alice, a Princesa fez seis meses e finalmente estava mais entrosada com as pessoas na casa. Parou de me evitar, pedia carinho o tempo todo, acho que ela me reconheceu como sua mãe. Ela é um amor e eu até me arrependi de todas as vezes que briguei com ela por arranhar o sofá e o pé da mesa. Ela estava dormindo comigo, fez amizade até com o Tupã, o boxer. Mas eu acho doutora Alice que esse amor excessivo aborreceu o meu vizinho. Tenho certeza que ela foi na casa dele e pediu carinho. Eu não gosto desse vizinho, na verdade eu não vi nada, mas hoje pela manhã, doutora Alice, ela começou a se contorcer e a gritar. Eu fiquei muito assustada, coloquei gelo nas costas dela e ela não gostou. Tive que pedir para o meu filho segurar e fui massageando até ela se acalmar. Depois ela passou a gritar por socorro onde quer que eu fosse, quando eu parava, ela se enroscava nas minhas pernas e caía no chão, rolando de dor e desespero, o que me deixou aflita. Doutora Alice, eu sei que não devo encarar tudo como o último suspiro mas sinto que ela está se despedindo de mim, aposto que aquele vizinho deu uma paulada nas costas dela porque não é possível que um gato se contorça tanto. Pelo amor de Deus, cura a minha gatinha, eu nunca tive gatas, a senhora sabe, e eu não aguento mais vê-la chorando assim.

Ao desenrolar a Princesa, ela fez logo amizade comigo, pedindo carinho e miando.

- OLHA DOUTORA ALICE, ela reconheceu a senhora como alguém que vai ajudá-la.

A gata estava com a cauda levantada, miando e rolando pela mesa de atendimento. Eu calcei uma luva, peguei um cotonete, umideci com solução fisiológica, inseri na vulva da gata, levemente, girei nos dois sentidos durante um minuto. A gata miou, olhou para trás, lambeu os beiços e deitou na mesa.

- O que foi isso, doutora Alice?

- Pronto, sua gata ovulou. Ela estava no cio. Ela não sofreu pancada ou chorava de dor, ela chamava algum macho. O cio das fêmeas se encerra depois que elas ovulam e as gatas ovulam durante a cópula, por estimulação do pênis do gato.

A dona Amélia não podia acreditar no que ela ouvia, me fez milhares de perguntas e agendamos a castração.
Na hora de pagar a conta, a dona Amélia chiou mais que pneu de caminhão.

“Que isso doutora Alice, tudo isso por uma consulta emergencial só porque é feriado? A senhora não gastou nada, um cotonete custa no máximo cinco centavos.”

“Dona Amélia, leia a conta assim:
- Cotonete R$ 0,05
- Saber o que fazer com o cotonete e onde colocar R$ 99,95
- Sossego do proprietário e seus vizinhos: não tem preço.”

Fui para casa, terminei o bacalhau, cheguei quatro horas da tarde para o almoço, todos já haviam comido e ninguém provou o melhor bacalhau do mundo.


Alice Ribeiro
diarioveterinaria.blogspot.com
twitter: @alicevet



6 de jul. de 2011

Russian Blue - Gatos de Raça


Origem

Pouco se sabe sobre a origem do Russian Blue (Azul da Rússia), embora existam muitas histórias e lendas a esse respeito. Muitos acreditam que o Russian Blue seja uma raça natural, originária das Ilhas Archangel, no nordeste da Rússia, tanto que, a princípio, era conhecido como Archangel. Cat, que chegaram à Inglaterra por volta do ano de 1860, levados por marinheiros.

Há também quem diga que os Russian Blues são descendentes dos gatos dos czares russos e animais de estimação favoritos da rainha Victoria.

Esses gatos também chegaram a ser chamados de Spanish Cat (Gato Espanhol), Maltese Cat (Gato Maltês) e Foreign Cat (Gato Exótico).

O Russian Blue foi apresentado pela primeira vez numa exposição em 1875, no Crystal Palace, na Inglatera, ainda com o nome Archangel Cat. Desde essa época até depois da Segunda Guerra Mundial, criadores ingleses e escandinavos trabalharam para desenvolver as linhagens de fundação do Russian Blue contemporâneo.

Apesar de esses gatos terem sido importados para os EUA por volta de 1900, há poucos registros da raça na América até depois da Segunda Guerra Mundial.

Criadores americanos combinaram as linhagens inglesas e escandinavas para produzirem o Russian Blue que conhecemos atualmente.

Por volta de 1960, o Russian Blue começou a ganhar popularidade e se tornou uma das raças favoritas em exposições e também como animais de estimação.

Aparência

O Russian Blue é um gato esbelto, de pelagem suave, sedosa, curta e densa, de cor cinza azulado, com as pontas dos pelos num tom cinza prateado. Possui subpelo bastante denso.

Filhotes apresentam listras escuras pelo corpo, que desaparecem com o passar dos meses.

As orelhas são grandes, largas na base, inseridas no alto da cabeça, sendo que a pele que as recobre na parte interna é fina e translúcida.

Os olhos são grandes, de cor verde profundo e em formato arredondado.

Outra característica da raça que chama a atenção é que as “almofadas” da face, onde estão inseridos os bigodes, são proeminentes, e os cantos da boca, naturalmente levantados, o que dá a impressão de que o gato está sempre sorrindo levemente.

Apesar de a CFA (Cat Fanciers’ Association), que é a maior entidade mundial felina e a TICA (The International Cat Association, outra entidade muito importante) só aceitarem a cor azul para o Russian Blue e não permitirem o cruzamento do Russian com outras raças, o GCCF (The Governing Council of the Cat Fancy), do Reino Unido, permite esses cruzamentos e aceita o Russian Blue em três cores: o azul tradicional, o preto (Russian Black) e o branco (Russian White).

Eu confesso que acho meio esquisito que uma raça cuja característica principal seja justamente a cor cinza azulada da pelagem, tenha exemplares de outra cor que não seja essa, enfim...

Saúde e Predisposição a Doenças

O Russian Blue é um gato geralmente saudável, desde que sejam seguidos os devidos cuidados de rotina com sua saúde, como vermifugação e vacinação em datas corretas.

A alimentação deve ser de boa qualidade, mas como tende a comer demais, é preciso que seus humanos estejam atentos para alimentá-lo na quantidade correta, evitando que se torne obeso.

Cuidados

Por se tratar de uma raça de pelos curtos, mas com subpelo espesso, é importante escová-lo uma ou duas vezes por semana.

Também é necessário fazer a limpeza de ouvidos com produto indicado pelo veterinário de confiança, além do corte de unhas.

Temperamento e Comportamento


O Russian Blue é inteligente, silencioso, sensível e geralmente tímido com estranhos.

Na verdade, ele é um gato para ser conquistado. Costuma escolher cuidadosamente seu humano de estimação , mas uma vez que este seja escolhido, mostra-se extremamente leal e afetuoso , seguindo-o por toda parte. Adora brincar, mas não é destruidor, se dá bem com outros animais, mas não é muito receptivo a estranhos. É comum que se esconda sempre que seu humano receba visitas.

É um gato bastante exigente em relação à limpeza de sua bandeja sanitária, se ela não estiver muito limpa, ele pode fazer suas necessidades em qualquer outro local.

Mais que qualquer outro gato, o Russian Blue aprecia a rotina e pode sofrer diante de qualquer mudança. Ele também não gosta de ambientes barulhentos ou tumultuados.


Algumas observações


Para ser sincera, assim como a maioria das pessoas, sou incapaz de distinguir, à primeira vista, um Russian Blue de um gato srd cinza azulado. Se você gostou de saber mais sobre o Russian Blue e gostaria de ter um gato como esse, considere a possibilidade de adotar um “genérico”.

Sempre é possível encontrar gatos muito parecidos com esse, disponíveis para adoção, tanto que duas amigas tiveram “genéricos”, pelos quais eram apaixonadas. Eu duvido que alguma delas seria capaz de trocá-los por um exemplar de raça pura.

Durante as minhas pesquisas sobre o Russian Blue, visitei o site do gatil Grisaille, localizado no sul da Florida, e achei uma coisa muito bacana: eles participam de um projeto que visa ajudar uma organização sem fins lucrativos, a Cats Exclusive, e para cada filhote vendido, o gatil doa uma porcentagem do valor obtido com a venda.

O Cats Exclusive abriga em suas dependências até 60 gatos resgatados, mas encaminha gatos para centros de adoção que se encarregam de conseguir bons adotantes para eles.

Eles já castraram cerca de 10000 gatos e possuem uma clínica própria, onde oferecem atendimento e procedimentos veterinários a baixo custo.

Eu gostaria muito que a atitude do gatil citado servisse como exemplo a criadores brasileiros. Sei que o custo de uma boa criação é alto, mas com boa vontade, acho que é possível ajudar.

Um abraço!
Heloisa
twitter: @all_beeds



4 de jul. de 2011

Gato Feral - Adotar e Amar


Você pode não conhecer o termo, mas com certeza já cruzou com algum por aí.


Ele vive pelas ruas, becos, prédios abandonados, parques ou rondando feiras e restaurantes. Não é castrado e vive, muitas vezes, em bandos.


É um gato de rua sim, mas é especial. E é um problema.


O gato feral não se socializa com humanos. Além da caça ele vive das sobras de nossa sociedade, mas não se deixa domesticar.


Nem todo gato de rua é um gato feral. Muitos já tiveram donos e foram abandonados ou fugiram e se perderam. Normalmente, eles podem ser ressocializados e adotados.


Com o gato feral, nem sempre isso é possível. Embora um filhote possa ser adotado e socializado sem maiores problemas, com o adulto muitas vezes é impossível.


Ele pode ter nascido na rua e nunca ter tido contato com humanos. Também aprende com a mãe a evitar esse contato. Ou, mesmo um dia tendo tido um dono, dependendo de suas experiências nas ruas, ele pode perder a capacidade de socialização.


As colônias de ferais, muitas vezes vivem muito perto dos humanos, pois se mantém por perto de onde há comida. E é aí que aparece o conflito. Injustamente acusados de serem transmissores de doenças e responsáveis pelo desaparecimento de várias espécies de pássaros e insetos, muitas colônias são atacadas e vários animais são mortos, causando mais temor ao contato humano e tornando-os mais selvagens.


Quando surge um conflito entre humanos e uma colônia de gatos ferais, normalmente a primeira atitude é chamar o CCZ local. Com raríssimas exceções, o que os órgãos públicos fazem é capturar e remover (leia-se matar) os animais.


Acontece que isso, além de cruel, não funciona. O que configura desperdício de dinheiro público.


Você já tentou capturar um gato arisco? Conseguiu? Por mais eficientes que sejam os funcionários que irão realizar a captura (e eles não o são, pode ter certeza), nunca pegarão todos os gatos. Os gatos restantes continuarão se reproduzindo e seus descendentes repovoarão a colônia. Com menos gatos, a competição por alimentos no local também será menor, o que atrairá mais gatos.


A forma mais eficiente – e humana de gerenciar uma população de gatos ferais é capturar, castrar, vacinar e devolver ao local de origem. Filhotes e adultos passíveis de socialização são encaminhados à adoção (sempre depois de castrados e vacinados). Os adultos saudáveis e não domesticáveis são devolvidos onde foram encontrados e supervisionados por voluntários.


No estado de São Paulo existe uma lei (Lei 12.916, de autoria do deputado Feliciano Filho) que prevê a existência do Cão Comunitário. Infelizmente, não há nada parecido em relação aos felinos.


É claro que nem todos gostam de ter gatos rondando seus estabelecimentos comerciais, miando em seus telhados ou subindo em seus carros.


Mas, se você ama os gatos e conhece uma colônia de ferais que viva por perto, pode tentar ensinar aos outros alguns truques para um convívio harmonioso.

Alguns truques para usar e ensinar:

Gatos vagando pelo quintal ou varanda.
Existem repelentes a venda em pet shop para serem usados no piso e que têm como função repelir gatos;
Instale um sensor de presença conectado a um sprinkler, que irá disparar a água quando o gato entrar no jardim é uma boa solução;
Jogue água com uma mangueira, para que eles entendam que não são bem vindos naquele local.

Gatos dormindo na edícula, depósito ou telhado.
Bloqueie a entrada dos gatos com cerca de galinheiro ou treliça, tomando o cuidado de verificar se não há filhotes escondidos nestes lugares.

Gatos mexendo no lixo.
Mantenha a lixeira bem tampada. Lixo a céu aberto atrai todo o tipo de animais (inclusive gatos);
Tente encontrar vizinhos que também gostem de gatos e forneçam alimentação regular a eles, longe das lixeiras. Forneçam alimentação em quantidade suficiente para que seja consumida na mesma hora. Se sobrar comida, insetos serão atraídos e novos gatos também.

Gatos subindo nos carros.
Uma capa resolve a questão de forma imediata;
Repelentes e desencorajamento com água, como no primeiro caso.

Gatos demarcando território.
A urina de gato tem um odor muito forte e desagradável. Existem produtos a venda para remover o odor. Vinagre branco diluído em água também ajuda;
A solução definitiva é a castração.

Gatos brigando e miando nos telhados.
De novo, a solução definitiva é a castração.

É um trabalho difícil, mas se ninguém tentar, nada muda nunca, não é?

Pra terminar, o endereço de dois projetos muito legais que trabalham com os ferais – um em São Paulo e outro em Santos. Vale à pena dar uma olhada: Projeto bicho no Parque e Cats of Necrópolis.

Um abraço.

Carol e Allan

http://miaaudote.blogspot.com/
twitter: @miaaudote



1 de jul. de 2011

Gato de Botas - Gato Geek


Os gateiros estão bastante acostumados com os bichanos fazendo suas peripécias. Seja pra chamar a atenção, ganhar uma foto ou até mesmo um vídeo pro Youtube, esses artistas anônimos sempre são capazes de nos causar riso e emoção. Mas há aqueles gatos que já atingiram outro patamar no quesito exposição e hoje são muito conhecidos.


Tem um Gato Famoso que, apesar de já bem velhinho, atualmente voltou a ganhar grande destaque na mídia e vem conquistando não só fãs de felinos mas sim do público em geral. Estou falando do Gato de Botas.


Criado no final do século XVII por ninguém menos que Charles Perrault - considerado o Pai da Literatura Infantil - esse gato astuto compõe, juntamente com alguns “humanos de renome” como a Chapeuzinho Vermelho e damas da realeza como Cinderela e Bela Adormecida, o seleto grupo dos precursores dos Contos de Fadas.


Em 1967, quando foi publicado pela primeira vez, já era possível notar a perspicácia do pequeno animal que foi dado de presente a um camponês pelo seu pai. Não inspirava muita confiança e já corria o risco de virar um gorro ou até mesmo churrasco, só que soube demonstrar duas características fantásticas dos gatos: a esperteza e a fidelidade ao dono. E usando de sua astúcia, ajudou seu amo a conquistar um amor e também riqueza e, consequentemente, ganhou fama internacional.


Muito tempo se passou desde a sua primeira aparição; até que aqueles olhinhos brilhantes preencheram a telona no filme Shrek 2 e o danado do gato roubou a cena. Com uma dublagem fabulosa de Antonio Banderas que lhe deu um ar espanhol-sedutor e fez diversas alusões ao personagem Zorro [interpretado pelo ator] o felino ganhou ainda mais carisma e se tornou não só um forte aliado do ogro, mas também uma ótima fonte de arrecadação para sua produtora, a Dreamworks.


E foi apostando nesse sucesso e empatia que O Gato de Botas ganhou um filme só dele.


A história se passa num momento anterior ao do primeiro filme e mostra como ele bolou um plano audacioso para conseguir chegar até a famosa Gansa dos Ovos de Ouro e roubá-la. Isso tudo auxiliado por Humpty Dumpty [aquele personagem meio-homem-meio-ovo de Alice no País dos Espelhos] e por Kitty, uma gatinha dublada por Salma Hayek.


Depois de enfrentar feiticeiros, ludibriar um rei e caçar um ogro, o Gato de Botas tem um novo desafio: encarar as bilheterias e as críticas. “Puss in Boots”, como é chamado em inglês, tem estréia no Brasil prevista para o dia 9 de dezembro e tem tudo pra ser mais um sucesso.


E seu gato? Também tem seu próprio filme no youtube? Conta pra nós!


Abraços!

Alison
twitter: @menino_magro



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