foto: giane portal / fofurasfelinas
Aqueles que convivem com gatos e já presenciaram brigas entre eles sabe que a situação é bastante estressante. Se as lutas se tornam frequentes, muitas vezes, os felinos acabam sendo afastados em cômodos separados, para que sejam evitados os embates. Esse comportamento não é anormal, do ponto de vista dos felinos, mas é importante entender os motivos pelos quais brigas ocorrem e como agir da forma correta.

Gatos são animais bastante territorialistas e, percebendo a “invasão” por outros membros da mesma espécie, podem se sentir bastante desconfortáveis, especialmente se perceberem que os recursos de que necessitam estão ameaçados (caixa de areia, água, comida, fêmeas no cio).

Apesar de serem comuns brigas entre gatos veteranos na casa e os novatos, elas também podem começar a ocorrer entre felinos que antes conviviam bem. Um exemplo: se um deles saiu de casa para uma consulta com o veterinário e, ao voltar, não foi reconhecido pelo outro, uma briga pode ocorrer.

É importante mencionar que raramente as brigas entre gatos geram a morte de um deles. Isso é mais comum entre cães, especialmente com um grupo numeroso, pois, o que está sendo atacado pelo agressor, pode também passar a ser pelos demais. Entre gatos, quando dois brigam, os demais costumam se afastar.

Em geral, filhotes são mais bem aceitos do que os adultos. Os machos não castrados tendem a ser mais reativos a novos membros no grupo.

No caso de ocorrência de brigas sérias, o relacionamento dos gatos pode ficar bastante comprometido. Neste caso, é preciso cuidado e paciência na tentativa de reaproximá-los, sempre lembrando que, para que haja sucesso, o gato deve associar a presença do outro a consequências positivas – comida, carinho e até brincadeiras.

foto: giane portal / fofurasfelinas

O ideal, para tanto, é iniciar um treinamento de aproximação gradativa. Inicialmente, os gatos podem ser deixados separados, em cômodos diferentes da casa, sempre garantindo que todos tenham acesso à água, comida e caixa de areia. Regularmente, o dono pode passar um pano em cada um dos gatos e deixá-los embaixo do prato de comida do outro, para que se inicie, assim, uma associação do cheiro do outro gato com algo prazeroso (a hora de comer). Acostumar-se ao odor dos outros membros da colônia é um passo importante na habituação dos gatos, já que o olfato dos felinos é extremamente desenvolvido.

Quando se notar que os gatos estão se mostrando mais confortáveis e tranquilos em relação aos sons do outro, é interessante trocá-los de cômodo, mas ainda sem se verem.

O próximo passo é a aproximação propriamente dita, que pode ser feita por uma fresta da porta, ou mesmo através de um portão telado, colocado na porta, para que os gatos se vejam, mas sem ainda conseguirem se tocar. Outra opção é usar caixas de transporte colocadas perto uma da outra.

É importante analisar sempre o nível de estresse e insegurança de todos: se notado que o estímulo está alto demais e algum deles não está se sentindo confortável, é importante recuar. Só se deve deixar os gatos livres para interagirem quando perceber que todos estão à vontade e tranquilos. Antes disso, qualquer comportamento de um gato perseguindo o outro deve ser coibido. Utilizar comida úmida para gatos no momento da aproximação é uma boa opção de associação positiva entre eles.

foto: giane portal / fofurasfelinas

É muito importante sempre observar os sinais de medo ou agressividade, pois gatos mais novos podem estar querendo brincar e parecer ao mais velho uma ameaça, o que pode deflagrar uma briga. Se o dono não tem segurança ou conhecimento para interpretar a linguagem corporal dos felinos, nem está conseguindo evitar as brigas, o ideal é consultar um especialista em comportamento animal para auxiliar no que for necessário.

Finalmente, deve-se evitar que os gatos da casa tentem proteger os recursos, por serem escassos. O ideal é que haja sempre uma caixa de areia a mais em relação ao número de gatos, posicionadas em locais diferentes da casa. Além disso, vários potes de água devem ser colocados nos ambientes e cada gato deve ser alimentado em seu cantinho.

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Cassia Rabelo Cardoso dos Santos
Colabora com textos para diversas publicações como o Guia Universo Pet, a Revista Pulo do Gato e a Revista Expressão. É adestradora da Cão Cidadão, franquia criada pelo especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, que há mais de 10 anos atua no mercado oferecendo serviços de adestramento e consultas de comportamento em domicílio para gatos, cães e outros pets.
Para saber mais sobre a Cão Cidadão, entre em contato com a Central de Atendimento, pelo telefone (11) 3571-8138, ou acesse www.caocidadao.com.br



3 comentarios:

Anônimo disse...

Gostei muito da matéria, muito interessante para quem gosta de gatos como eu.

Atenciosamente,

Célio Xavier

Jucilene Mendes disse...

Ai, ai, lá em casa eles vivem brigando. Vou tentar essas dicas. ;)

ocantinhodalucy disse...

Tenho dois gatos irmãos com 6 meses, gato e gata. Ela foi esterilizada à 15 dias. Nestes 15 dias ela tem estado mais resguardada (na transportadora) para os pontos não saírem, mas têm mantido o contacto visual e por vezes a dormir no meu colo e até se lavavam um ao outro. Hoje coloquei-os completamente soltos e têm passado o tempo todo a brigar. Eles antes também brigavam mas não era tanto. É normal? O que posso fazer para se acalmarem um pouco?

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