A CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO e DEVOLUÇÃO é uma tecnica já consolidada em vários países desenvolvidos e está se tornando realidade em algumas cidades brasileiras. O principal objetivo é o controle populacional de gatos ferais nas ruas, diminuindo assim os indices de doenças e sofrimento a quais estes animais estão sujeitos e poupando centenas de filhotes de nascerem sem destino certo, além de aumentar a qualidade de vida dos felinos beneficiados com a castração.



O projeto Felinos Urbanos de São Luís, no Maranhão, desde setembro de 2011, se dedica integralmente à atividades de C.E.D  tendo, no momento, esterilizado 142 gatos ferais e 54 gatinhos e 2 cães em ações de castração abertas ao público. O projeto se sustenta com os recursos de sua idealizadora e doações monetárias, já que São Luís é uma das únicas capitais do Brasil que não oferecem castração a baixo custo ou de fácil acesso à seus moradores e apresenta índices assustadores de 30 animais recolhidos e sacrificados em seu CCZ semanalmente.

Mesmo que o foco principal do C.E.D sejam os gatos ferais, que nunca tiveram contato com humanos e nem podem ser reabilitados para uma vida domestica, pela irresponsabilidade de várias pessoas não é raro que os praticantes do C.E.D se deparem com gatinhos mansos que foram abandonados à própria sorte. E foi em uma noite comum de captura que a realidade da gatinha #58 mudou completamente, pelas mãos da Flávia Maia.

“Assim que chegamos no local onde tentaríamos a captura, enquanto montávamos a gatoeira, essa mocinha apareceu bem do meu lado. Chegou sem pudor nenhum, miando fraquinho. Ela sequer veio pela isca (que àquela altura ainda nem havíamos tirado do carro). Veio apenas para pedir carinho e ajuda, para tirá-la daquela situação, como se não aguentasse mais ficar ali.

Passei a mão na cabeça dessa gatinha tão meiga e tão debilitada e, com cuidado, foi encaminhada para a gatoeira. Ela se tornava, assim, a #58. Naquela mesma noite ela passou por uma avaliação veterinária e foi castrada.

Àquela altura, não queria devolvê-la às ruas, de onde ela tinha pedido para ser tirada, por isso resolvi que traria ela para minha casa. A desculpa para convencer minha mãe a permitir isso foi que a gatinha ficaria por apenas uma semana, o tempo de tirar os pontos da cirurgia, que propositalmente não foi feita com fios absorvíveis.

Com o passar dos dias, minha mãe foi sendo conquistada por ela e veio me contar toda feliz uma manhã que a gatinha tinha ido dormir bem ao lado dela na cama e ficou lá toda aninhada. Na semana de retirar os pontos, ela já possui um nome, era a minha Pepita.

Na época em que foi tirada das ruas, devia ter entre 6 ou 7 meses e, aparentemente, já havia sido mãe. Por isso estava tão desnutrida, com falhas no pêlo e os dentes permanentes ainda nem haviam crescido direito. Além disso, havia indícios de que ela apanhava dos outros gatos que moravam na área dela.



Aqui em casa ela pôde finalmente descansar. Na primeira noite ela comeu muito, com medo de passar fome novamente e acabou vomitando, porque o estômago não estava acostumado a receber alimento.

Desde o primeiro dia aqui em casa a Pepita se sentiu tranquila. Pedia sempre muito carinho e não podia me ver sentada ou deitada que já chegava e se aninhava do ladinho.

Hoje ela está totalmente recuperada da desnutrição. Apesar de ser uma gata "esguia", quando deita de barriga para cima dá para ver uma gordurinha cultivada com alimentação de qualidade.Falando em deitar, uma coisa muito característica da Pepita é dormir de barriga para cima e com as patas da frente jogadas por cima da cabeça. Uma fofa!

Tenho certeza que ela não sente falta da rua, onde experimentou tanto sofrimento. Acho que exatamente por saber o que tem lá fora é que ela não tem curiosidade de ir explorar além da porta do meu apartamento. Aqui dentro ela se sente verdadeiramente segura, e encontra tudo o que precisa para se divertir, se alimentar e ser amada."



Se quiserem saber mais sobre o C.E.D, o Projeto Felinos Urbanos e outros finais felizes proporcionados pelo projeto, acessem:
Facebook – Felinos Urbanos
Blog – http://felinosurbanos.blogspot.com.br/



Otávia Mello
amoremiados.blogspot.com.br
twitter: @felinosurbanos



6 comentarios:

Anônimo disse...

que relato, lindo! q gatinha linda! corta mesmo o coraçao ver esses bichinhos largados e maltratados, pelas ruas e as vezes por pessoas q dizer ser "donas" desses animaizinhos. q mais atividades como essas se propaguem pelo pais. parabens pelo post!
Sabrina Abreu

Allan J. disse...

Que gata mais linda ><
esses olhos azuis mata!! rsrsr
tomara que o projeto continue de pé e outros surgem para que mais animais tenham uma qualidade de vida melhor.

Karina disse...

Fico feliz pela Pepita! E parabéns pelo lindo trabalho!
Beijos

Mônica disse...

A Pepita é uma linda!
Sofreu muito mas acabou dando sorte, ela merece agora só vida boa: cochilos no sofá, comidinha gostosa e cafuné!

Anônimo disse...

Muito bom mesmo. É por essa atitude pró-ativa e entre outras que tenho fé na humanidade ainda.
Show de bola!

Juh Avila disse...

Sua história me emocionou...que bom que teve um final feliz!
Muita saúde e alegrias para ti e para tua Pepita, que é uma fofa!

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