foto: giane portal / fofurasfelinas
Os gatos domésticos são animais que, por natureza, tendem a se sentir inseguros e vulneráveis diante de situações ou quando em ambientes desconhecidos para eles. Este comportamento é natural e deve ser observado e respeitado por nós, seres humanos, no sentido de permitirmos aos bichanos que se adaptem, no tempo deles, a novas experiências.


Mas há situações em que o gato apresenta verdadeira fobia de determinado objeto, pessoa ou local (como a clínica veterinária, por exemplo). Nestes casos, ficará extremamente agitado, buscando desesperadamente um local onde possa se esconder e meios de fugir daquilo que o assusta.


Este medo em excesso costuma ser prontamente identificado pela família: um exemplo clássico diz respeito à utilização do aspirador de pó. Basta tirar o objeto do armário e o bichano simplesmente desaparece! Ou, ainda, se ouvir o som alto e estridente deste eletrodoméstico, pode até machucar uma pessoa que tente pegá-lo no colo, tamanha a necessidade de fuga e busca por um esconderijo seguro.


Mas, apesar de muitos acharem impossível melhorar este tipo de situação para o gatinho, é possível, sim, fazer algo por ele.


foto: giane portal / fofurasfelinas

A técnica utilizada para tanto chama-se dessensibilização e consiste, justamente, em suprimir ou diminuir a extrema sensibilidade que o pet demonstre em relação ao estímulo que causa o medo ou fobia.


Tomando por exemplo a tão comum fobia do veterinário, a melhor forma de aliviar os sintomas é investir algum tempo para que o gato faça associações positivas com a situação vivida. Para tanto, antes de mais nada, deve ser acostumado, de forma prazerosa, a ser transportado na caixa de transporte. Vale alimentá-lo lá dentro, colocar petiscos para ele caçar ali e transformar o local em sua “toca”.


Depois disso, é importante transportá-lo na caixa até o carro, mas sem sair ainda. Somente quando se perceber que o felino está habituado, deve-se levá-lo para uma voltinha. Mas sem que o destino, ainda, seja o veterinário!


Se o gato já estiver com apetite nesta situação, pode-se dar um petisco bem gostoso, como ração úmida, quando ele estiver dentro do carro. Lembrando que o gato esbelto é sempre mais saudável e este tipo de treinamento será muito mais fácil, pois ele terá apetite para comer coisas gostosas. Assim, não se deve deixar alimentação à disposição, o tempo todo, pois a tendência é que o gato se torne obeso, indisposto e apresente problemas de saúde. O ideal é que seja alimentado umas quatro vezes por dia, com bastante enriquecimento ambiental. Mas esse é um tema para outro post...

foto: giane portal / fofurasfelinas

Voltando à dessensibilização, o ideal, nesta fase, é levar o bichano até a clínica, mas sem que  seja submetido a exames ou tome injeções, mas apenas receba petiscos e brinque, caso esteja à vontade! Assim, passará a associar aquele local com consequências agradáveis e prazerosas.


Quando for notado que a situação não é mais tão estressante, aí sim pode-se marcar a consulta. A parceria com o médico veterinário é importante nesta hora, pois ele também poderá colaborar, e muito, para que o manejo seja adequado, gentil e o mais rápido possível.


A técnica acima, que visa associar consequências boas a determinadas situações, objetos, locais ou pessoas que causem medo extremo no gato, pode ser utilizada sempre. Mas a evolução deste treinamento vai depender muito do temperamento do gato e do quanto ele se apavora diante de determinado contexto. Pode levar meses, por exemplo, para um gatinho não se intimidar mais com o barulho do secador de cabelos ou do aspirador de pó...


O importante é sempre ter muita paciência e não desistir. Afinal, tudo isso visa garantir o bem estar do amigo bichano!

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Cassia Rabelo Cardoso dos Santos
Colabora com textos para diversas publicações como o Guia Universo Pet, a Revista Pulo do Gato e a Revista Expressão. É adestradora da Cão Cidadão, franquia criada pelo especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, que há mais de 10 anos atua no mercado oferecendo serviços de adestramento e consultas de comportamento em domicílio para gatos, cães e outros pets.
www.caocidadao.com.br



3 comentarios:

Bruna disse...

Sinceramente, depois de inúmeras tentativas, cheguei à conclusão de que não há como adestrar um gato, porque ninguém é dono dele e ele nunca vai reconhecer autoridade.

Cassia disse...

Oi, Bruna! Não é impossível não... E adestrar não significa impor autoridade. A questão está em fazer com que o bichano goste do treino, se interesse pelas recompensas. Um abraço!

Fernanda Corrêa disse...

Tenho um problemão com a minha gata mais nova por causa do interfone aqui de casa! Teve um ano em q vieram vacinar os gatos contra raiva, e ela gravou isso até hj.. Quando ouve o interfone ou uma voz masculina, ela some! Não sei o que fazer, pq ela fica bem assustada!

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